sábado, 23 de fevereiro de 2013

Etapas do Preparo de uma Horta - Produção de Mudas



Boa tarde, pessoal!
A partir de hoje vamos começar a falar sobre os preparos necessários para ter uma horta em casa.
Nessa primeira postagem mostraremos como produzir mudas em bandejas ou copinhos.
Então, mãos à obra!

Bandejas de Isopor

A técnica mais recomendável para se produzir mudas é de semeio em bandejas de isopor de 128 células. Mas existem bandejas dos mais variados tipos. No mercado há diversos modelos de bandejas com diferentes números de células individuais (72, 128, 200 e 288); profundidades e volumes diversos. Além disso, os formatos são variáveis, podendo ser redondos, piramidais ou cilíndricos.
Na figura ao lado podemos ver uma bandeja de isopor com 128 células, já preparada com substrato.
Antes de qualquer coisa, é importante lavar a bandeja com hipoclorito para acabar com qualquer resquício de fungos ou outros organismos provenientes das mudas anteriormente preparadas na bandeja e que possam ser prejudiciais às mudas que serão plantadas. Caso a bandeja seja nova e nunca tenha sido usada essa prática não é necessária.
Após a lavagem, as células devem ser preenchidas com substrato comercial ou preparado em casa. A seguir faça buraquinhos em todas as células, de aproximadamente 1 cm de profundidade, colocando 3 sementes em cada um deles. A seguir, cubra com substrato e regue. 

Dica importante!
É recomendado que você faça todos os buraquinhos, depois coloque todas as sementes e só então cubra com substrato. Dessa forma você não corre o risco de se perder e não saber onde já plantou ou não.

As bandejas devem ser colocadas em suporte tipo bancada, a 70 cm do solo, a fim de que haja luz na parte inferior da bandeja. Este cuidado impede o desenvolvimento das raízes por baixo da bandeja, o que facilita a retirada das mudas por ocasião do transplante, evita injúrias às raízes novas e não cria condições para infecção das mesmas por fungos e bactérias do solo.
Quando as mudas alcançarem cerca de 5 cm é necessário fazer o desbaste. Essa técnica consiste em cortar com tesoura, rente ao colo das mudas menos vigorosas. Descartando duas mudas de cada célula, dando condições melhor de desenvolvimento somente à muda mais vigorosa. O arranquio das mudas germinadas em excesso não é recomendado pelo risco de comprometer o sistema radicular da muda remanescente na célula.
As irrigações (duas vezes por dia, no máximo) deverão ocorrer nas horas de temperaturas mais amenas, ou seja, no início da manhã e final da tarde, utilizando-se água fresca e em quantidade suficiente para que se verifique apenas o início da drenagem (gotejamento) na parte inferior da bandeja. O cuidado nas irrigações é fundamental para se obter mudas de boa qualidade.
 
A época de realização do transplante (retirada da muda do viveiro para o local definitivo) está ligada à biologia da planta e ao tipo de muda utilizada.Por isso é importante conhecer os ciclos de vida de cada espécie que vai ser cultivada.
No arranquio das mudas, deve-se ter o cuidado de retirar todo o torrão de cada célula para não danificar o sistema radicular e a haste principal.



Copinhos de Jornal

A produção de mudas em copinhos pode ser feita em copos confeccionados com papel jornal, feitos por você mesmo, ou em rolinhos de papel higiênico, preenchidos com substrato.
Os copinhos devem ter 5 a 7 cm de diâmetro e 6 a 8 cm de altura. Para tanto corta-se a folha em tiras de 12 a 15 cm de largura e 45 a 50 cm de comprimento. Utiliza-se como molde para fazer o copinho, latas de conserva, pedaços de tubo de PVC ou bambu com o diâmetro desejado. Um dos lados deve ser reto para formar o fundo do copinho. O outro lado, cortado em bisel para formar um tipo de concha e assim facilitar o enchimento do copinho com o substrato. Enrola-se a tira de jornal no tubo de PVC, lata ou bambu, deixando num lado uma margem de 5 a 7 cm que deverá ser dobrada formando o fundo do copinho.

Devido ao comprimento da tira de jornal, a parede do corpo do copinho ficará com duas folhas o que lhe dará maior resistência. Apoiando-se o fundo na palma da mão enche-se o copinho com o substrato. Um vez cheio, retira-se o tubo puxando-o para cima. Os copinhos cheios devem ser arrumados em local plano formando uma espécie de canteiro. Não há necessidade de colar ou grampear os copinhos.



Preparo do Substrato

O substrato para o enchimento dos copinhos ou das bandejas de isopor pode ser adquirido ou preparado em casa mesmo. No primeiro caso, comprar aquele com especificação para o tipo de muda que vai ser formada. Caso você queira fazer em casa, lá vai uma receita retirada do site da Embrapa:
Para o preparo do substrato, empregar terra de barranco, esterco curtido de gado, ou composto ou humus, casca de arroz carbonizada ou pó de carvão de madeira. Misturar duas partes de terra com uma de esterco ou composto ou humus. Colocar 1,0 a 1,5 kg de adubo 4-14-8 ou similar por metro cúbico da mistura e 30 a 35% de casca de arroz carbonizada ou o pó de carvão. A casca de arroz carbonizada ou o pó de carvão têm a finalidade de facilitar a retirada das mudas formadas, além de evitar que o substrato forme torrões compactos que dificultariam a infiltração da água de irrigação e o desenvolvimento das raízes.



NÓS PRODUZIMOS NOSSAS PRÓPRIAS MUDAS!




No próximo post daremos dicas de como preparar o canteiro para receber as mudas que foram produzidas.
Até lá!



Fonte:
Grupo Cultivar http://migre.me/dnVmW
Embrapa - Produção de Mudas http://migre.me/dnVlD
Embrapa - Produção de Mudas http://migre.me/dnW37
Embrapa - Fruticultura - Fundamentos e Práticas http://migre.me/dnVGe


domingo, 3 de fevereiro de 2013

Conservação, Manejo e Fertilidade do Solo (Urupema - SC)

Urupema é uma cidade localizada na serra catarinense, compreendendo uma área territorial de 353 km². Sua altitude média é de 1.425 metros, a mais alta do Estado, considerada uma das cidades mais frias do país com temperatura média anual de 14ºC, podendo chegar, no inverno, até 14ºC negativos na relva. A população é de 2.482 habitantes.

As principais fontes da economia advêm da atividade agropecuária (maçã, batata, moranga), pecuária de corte e leite, produção de produtos orgânicos e truticultura.
Com natureza ainda preservada, Urupema possui boa parte do seu território coberto com Mata Atlântica, bioma que vem reduzindo sua área ao longo dos tempos. Dentre as espécies de sua flora encontramos Bracatinga, Canela, e um percentual bastante significativo com Araucária, espécie em extinção, mas encontrada em abundância no território do município de Urupema. Essa espécie é que fornece o PINHÃO, semente utilizada na culinária local.
Quanto a Fauna, encontramos uma diversidade de espécies de pássaros como Gralha Azul, Seriema, Papagaio-Charão, Curucaca (pássaro símbolo do município de Urupema), etc. Encontramos ainda outras espécies silvestres como Tatu, Tamanduá, Veado e outros, típicos da Mata Atlântica.
Aproximadamente 28% da área territorial de Urupema é formada por Áreas de Preservação Permanente (APP), segundo o Projeto Gestão Turística e Ambiental do município de Urupema, realizado em 2009.
O município é rico em nascentes e águas límpidas e cristalinas que formam os rios Canoas, Caixão, Lontras, Quebra-Dente e Lava-Tudo. 
O município tem grande potencial para o desenvolvimento de atividades ao Eco-Turismo, Turismo de Aventura e Turismo Rural.

No dia 12 de novembro de 2012, a turma foi até a cidade para visita técnica ao Morro das Antenas, ou Morro das Torres, e estudo do solo. 

Esse Morro é o ponto mais alto da cidade e um dos mais altos do Estado, com 1.750 metros acima do nível do mar. Neste local acontece todos os anos um fenômeno meteorológico raro no Brasil, o sincelo, que transforma a paisagem em um visual espetacular. No caminho para o Morro, nos dias mais frios do inverno, as águas escorrem dos barrancos e congelam, formando estalactites. O nome do Morro se deve à existência de antenas de telefonia e de televisão.


A cidade de Urupema possui em sua extensão os seguintes tipos de solo:
  • Solos Litólicos: Solos pouco desenvolvidos que ocorrem geralmente em áreas de relevo mais acidentado. Pequena espessura do perfil (20 a 40 cm) e a ocorrência muito comum de pedras sobre a superfície ou misturadas a massa do solo, no horizonte A. Geralmente apresentam problemas de fertilidade.
  • Cambissolo Bruno: Horizonte sub-superficial em início de desenvolvimento, o que caracteriza como solo pouco evoluído e pouco profundo (50 a 100 cm). Pode apresentar pedras no perfil ou na superfície. A fertilidade natural é geralmente muito baixa.  A textura é argilosa, com cerca de 60% de argila no horizonte B, de substrato basalto.
  • Terra Bruna Estruturada: São solos cuja profundidade varia de 100 a 150 cm, com horizonte A de 25 a 60 cm. Apresenta alumínio trocável. Geralmente ocorrem em declividades menores do que os cambissolos. Se corrigidas as deficiências de fertilidade, apresentam elevado potencial agrícola.
Recomenda-se o uso de práticas básicas visando sua conservação, tais como rotação cultural, preparos reduzidos e cobertura do solo. Práticas de suporte, tais como preparo e plantio em contorno e terraceamento, são necessárias, embora em menor intensidade do que nos cambissolos.